quinta-feira, 22 de abril de 2010

O abandono do património e a indiferença à degradação...


Aproveitando o facto (que muito me honra) de este humilde blog ser lido por um número considerável de pessoas, vou fugir um pouco à temática que gerou este espaço, e falar de outra coisa que não Karaté, por ser um assunto que me provoca alguma tristeza.

Há muitos anos na minha infância, o meu pai levava-me juntamente com os meus irmãos a ver um espectáculo que, na altura, era um fenómeno tecnológico extraordinário - A Fonte Luminosa.

Esta fonte, chamada Fonte Monumental, foi inaugurada a 30 de Maio de 1948 apresenta esculturas de Maximiano Alves e de Diogo de Macedo bem como baixos-relevos de Jorge Barradas.
Estão lá representadas as Tágides e outras representações mitológicas.
À noite eram centenas de pessoas que lá se deslocavam para assistir a um espectáculo de água e efeitos de luzes coloridas que se entrelaçavam num bailado de cor de extrema beleza. Eu tinha entre os meus 9 ou 10 anos de idade e estou hoje com 51 mas a memória daqueles momentos está fresquíssima e não raras vezes as revivo com saudade.
Hoje, a fonte Luminosa está abandonada e degradada. Nunca mais foi ligada (nem sei se a maquinaria que produzia aquele espectáculo ainda funciona). A degradação é evidente e, embora ainda se adivinhe a beleza que outrora ostentou é hoje, uma sombra do que já foi.
É uma desolação assistir à degradação de um monumento único e que foi um dos mais importantes da cidade de Lisboa há alguns anos.
Em tom de singelo apelo deixo aqui a sugestão da recuperação daquele imponente monumento. Estiva lá ontem e tirei uma foto daquela que foi uma das minhas melhores recordações de infância.


sábado, 17 de abril de 2010

O Estilo de Pey


Pey era filho de pescador. Todos os dias se levantava cedo e ia com seu pai, no pequeno barco a remos, ganhar a vida. Por vezes passava o dia inteiro dentro do barco interrompendo a pesca apenas quando fazia as pequenas refeições com o pai. O pai era um excelente contador de histórias e o tempo passava mais depressa quando Pey o ouvia - heróis espadachins que lutavam contra tiranos e que acabavam idolatrados pelo povo, guerreiros que lutavam ao lado do Imperador e que acabavam heróis - eram as suas histórias favoritas. O pai dava um colorido especial à sua narrativa empolgante, que deixava o jovem Pey fascinado.

Aos poucos uma ideia começou a germinar na sua cabeça - aprender a ser um lutador. Tantas vezes confessou este seu desejo a seu pai, que este resolveu apresentá-lo a um mestre famoso de karaté.

Sentindo-se triste por deixar o seu pai sozinho na pesca, mas feliz por finalmente poder aprender a lutar, Pey tomou a estrada que o levava ao Dojo onde iria ter a sua primeira aula.
Chegado ao Dojo, empurrou suavemente a porta entreaberta e espreitou. Lá dentro a classe estava toda ajoelhada à excepção do Mestre e de um dos discípulos que se situavam frente e frente. O olhar impávido do Mestre colidia com o olhar inseguro do aluno. O mestre colocou então uma venda nos olhos tapando-os por completo. quando a venda estava colocada ordenou ao aluno que o atacasse como quisesse. O aluno assim fez. Com uma rapidez incrível desferiu um soco ao peito do Mestre. Sem perceber como, porém, o soco falhou o alvo e uma dor atroz na nuca fê-lo tombar para a frente. O mestre tinha antecipado o ataque, desviou-se com uma esquiva rápida, e aplicou um golpe na nuca do aluno derrubando-o.

Pey estava fascinado. Abriu totalmente a porta e todos os olhares se dirigiram a si. Timidamente apresentou-se. O mestre convidou-o a entrar. Fascinado com a destreza daquele mestre perguntou-lhe qual o nome do seu estilo. "Shoto" foi o nome que o mestre lhe indicou. É um estilo muito antigo e eficaz, que torna um homem muito poderoso, acrescentara o mestre. Tu deves ser Pey... o teu pai pediu-me que te ensinasse. Viste o que se passou aqui agora enquanto espreitavas à porta? - Sim. respondeu Pey. e gostava de tentar, eu próprio, atingi-lo. O mestre sorriu e, lentamente voltou a colocar a venda. Novamente impassível o mestre ordenou que Pey o atacasse. Pey agarrou num dos alunos que estava a seu lado, e empurrou-o na direcção do mestre. este desviou-se novamente e desferiu um golpe na cabeça do aluno e foi nesse momento que Pey lhe afincou um pontapé nos genitais fazendo o mestre cair por terra. A custo o Mestre levantou-se e disse, porque fizeste isso?
Virando-se para o resto da classe respondeu: Este é o meu estilo... "PeyShoto"

Ainda hoje existem praticantes deste estilo, normalmente infiltrados em Dojos de Goju-Ryu, onde dão largas à forma pouco tradicional do combate. Ocidentalizou-se o nome e PeyShoto passou a ser Peixoto... mas o resultado é o mesmo.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

O meu início na 7ª Arte...

Fui recentemente contactado por um Estúdio de Hollywood no sentido de integrar o elenco de um filme de acção. É verdade... não sou o primeiro karateka nacional a entrar em Hollywood, mas não deixa de ser um feito.
Informaram-me que o meu perfil se encaixava perfeitamente no papel que me iam atribuir e, ao saber que actuar ao lado de Benicio Del Toro, aceitei imediatamente.
O filme tem o patrocínio do Magnum e foi muito exigente fisicamente. Combinei o cachet e fui até aos EUA onde estive durante algum tempo em filmagens.
O resultado final saái muito bom e foi uma experiência inesquecível. O Benicio já me ligou a dar os parabéns pelo excelente desempenho. Embora um papel onde falo menos que o Schwarzenegger no Exterminador Implacável, não deixa de ser de relevo. O filme ainda não saíu mas, deixo aqui o link para o "trailer"- copiem e coloquem no browser. Demora um pouco a carregar mas vejam até ao fim.

http://www.mymagnum.com/?gold=4bc873876081e

Durante o Estágio da Kaizen estarei disponível para uma sessão de autógrafos...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Limites de liberdade... a educação que falta!

Muito se tem falado sobre a violência nas escolas, o bullying, etc. É verdade que a violência, de um modo geral, tem aumentado. Podemos culpar a imigração descontrolada, as falhas graves do nosso sistema penal ou a situação económica grave em que o País se encontra. Relativamente à violência em geral, posso até concordar, mas à violência nas escolas não consigo aceitar.
Para vos dar uma ideia sobre o modo como alguns jovens são "educados", deixo aqui uma pequena história que me aconteceu há já algum tempo e que ilustra este estado de coisas:
Ao entrar no comboio para me dirigir ao emprego, comboio apinhado, deparo com um jovem sentado num dos bancos a com os pés apoiados no banco da frente. Headphones nos ouvidos, braços cruzados sobre o peito e olhos fechados. No corredor do comboio, montes de gente em pé. Ninguém se atrevia a dizer aquele sujeitinho que, além dos bancos não servirem para pôr os pés, estava a privar alguém que vai trabalhar todo o dia do direito a ir sentado. Este é um indivíduo que, certamente não foi devidamente educado no sentido de respeitar os direitos dos outros. O problema passa pela liberdade levada ao extremo. Não posso aceitar que um professor seja agredido por aqueles que precisam do seu trabalho para se educarem. Não posso aceitar que os professores entrem no seu local de trabalho aterrorizados sempre à espera que um "pirralho" mal criado os agrida física ou verbalmente. O respeito nas escolas morreu! Não existem mecanismos que punam firmemente um aluno que agrida um professor. Sabendo eles disto, porque é que não hão-de continuar? A culpabilização de alguns pais é imperativa. Se não souberam educar convenientemente os filhos, se não foram capazes de lhes mostrar os limites da sua liberdade, então têm de ser culpabilizados.
Assisto diariamente à tolerância de alguns pais relativamente às "birras" dos filhos. Temendo "traumatizá-los" não os castigam. Estão a produzir pequenos delinquentes que não têm razões para deixar de o ser porque sabem que sairão sempre impunes.
Sou instrutor de Karate o que me coloca na posição de educador também. Alguns pais que me procuram no sentido de ser o instrutor de karate dos filhos, manifestam o desejo que o treino lhes dê "alguma disciplina". Na verdade o que procuram é alguém que seja bem sucedido onde eles falharam - na educação. Embora sejamos também educadores, não somos "pais substitutos" nem nos podem exigir que, em menos de uma hora, "consertemos" aquilo que estragaram ao longo da sua vida.

Sempre eduquei os meus filhos com bastante disciplina, elevando o respeito que lhes era exigido relativamente aos outros bem como ao seu dever de deles exigirem o mesmo respeito. Esforcei-me por lhes mostrar onde acabava a sua liberdade e começava a dos outros. E sempre os puni quando mostravam indisciplina e falta de respeito. Hoje são homens íntegros, respeitadores e educados. Não sou melhor que os outros, não, e quando os tinha de punir também me era difícil. O que agora acontece é que estamos perante uma indisciplina e uma anarquia educativa que não é tolerável. Os direitos individuais e colectivos são constantemente atropelados impunemente.
Ser professor é, agora, uma profissão de risco. Qual é a motivação que um professor leva para a sala de aula ao verificar que alguns alunos não estão minimamente interessados naquilo que ele vai ensinar e que tudo farão para perturbar o bom funcionamento da aula, prejudicando o trabalho de todos?
É preciso tomar medidas. É urgente punir - alunos e pais - que agridam e desrespeitem. É preciso, acima de tudo, educar. É em casa que esse trabalho começa. Não esperem que os outros sejam pais "substitutos" e sobretudo, castiguem os vossos filhos que insultam e agridem.

Construam homens e mulheres respeitadores.

HOSHIN-DO PORTUGAL

HOSHIN-DO PORTUGAL
CLUBE DE KARATÉ E DEFESA PESSOAL

HOSHINDO PORTUGAL

O Hoshin-Do Portugal - Clube de Karaté e Defesa Pessoal, foi criado com a finalidade de promover a prática do Karaté Goju-Ryu e da sua vertente de Defesa Pessoal.
Tem a sua sede na
Rua do Amor Perfeito, Nº 23 - 2745-717 Massamá
Os seus Instrutores são:

José Ramalho - 4º Dan
Nuno Santos - 4º Dan
Rui Catarrinha - 3º Dan
Joana Perdiz - 2º Dan